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As coisas do nome

12 de abril de 2010


Mania engraçada (e algumas vezes essencial) essa de dar nome às coisas. A gente para pra pensar que, por exemplo, o nome de casa é casa, mas e se casa fosse algodão? E se dois fosse sete? E se cachorro fosse impressora? Quem nunca pensou nisso?

Pois é… só que o que eu acho mais engraçado, são os nomes que damos aos sentimentos. Você precisa experimentar dizer em uma roda de amigos, que não acredita no amor! (Risos) É sério! Automaticamente e sem pestanejar, as pessoas fazem uma bateria de comentários com o tom de voz alterado, você chega até a escutar: “essa vai apanhar demais na vida!” kkkkkk apanhar demais porque?

Bem… Eu acredito na vida.

Acredito em um sentimento que une as pessoas em prol de alguma causa. Aquela paixão efervescente que faz você sentir vontade de estar perto de alguém, do nada, e até tentar fugir dela! Um sentimento forte pela sua profissão, pela música, pelos livros. Aquilo que une as famílias, que te faz sentir saudades. Aquele sentimento que faz você seguir seus sonhos, sentir ciúmes, chorar, sorrir, ter vontade de gritar! Tremer ao ver alguém. Ficar triste por uma perda e alegre por um abraço. Silenciar. Respeitar. Compreender. Ficar com medo. Aquilo que faz você brigar. Aceitar os erros de um amigo. Aquilo que você não consegue explicar, muito menos dar nome. Enfim… aquilo que te mantêm vivo.

Mas esse sentimento no qual eu acredito, é algo nobre. Demora um certo tempo para que ele comece a existir DE VERDADE entre as pessoas, ou entre as pessoas e a coisas. É meio cliché dizer isso, mas tal sentimento deve realmente ser tratado como uma planta: você semeia, cultiva, cuida… e enquanto essa planta receber cuidados e carinho, nunca vai morrer, nem deixar de dar frutos.

O problema é que esse sentimento que tanta gente conhece como amor, perdeu o sentido, foi vulgarizado. “Amor” é só mais uma palavra bonita, como essas que as pessoas falam por aí tentando parecer inteligentes, mas na verdade não sabem nem o significado real desta. Às vezes até sabem, mas insistem em empregá-la erroneamente.

“Amor”, hoje, é aquilo que você sente assim que conhece alguém. Daí vocês saem algumas vezes, ficam “amigos” até por um tempo, mas depois nem se falam mais, passam um pelo outro e fingem que nem se conhecem. “Amor” é aquilo que você sente por alguém e faz você querer privar o outro da vida que ele levava antes de te conhecer. “Amor” parece mais um tipo de obsessão do que um sentimento nobre e belo. Quando não é visto dessa forma, o “amor” passa a se representar de forma tão doce e inabalável que foge da realidade. Acontece como nos filmes… em que no final sempre aparece um príncipe encantado, ou a cura de uma dor ou doença, simplesmente por causa do “amor”!

O amor não pode ser magia, nem prisão. Muito menos algo sobrenatural. Esse sentimento em que eu insisto em acreditar é algo muito mais real, que faz você sangrar e sorrir, e acontece de forma tão simples como nasce e morre uma flor.

Mas se você me pede para acreditar no amor que andam divulgando por aí, esse que aprisiona as pessoas, seja na sua dor ou até na sua própria fantasia, eu digo que não. Me recuso a assumir isso como a afeição profunda que o dicionário traz como significado de um sentimento tão singelo, simples e ao mesmo tempo complexo. E causando alarde, ou não, eu afirmo: EU NÃO ACREDITO NO “AMOR”!

”Ideal seria que todas as pessoas soubessem amar, o tanto que sabem fingir.” Bob Marley

[Valentina]